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Thirdpsilon: Digital Roughness - Media + Review

Updated: May 14


"Hive of Drones" (2017)


“The choice between the blue or the red pill is not really a choice between illusion and reality.  Of course The Matrix is a machine for fictions, but these are fictions which already structure our reality. If you take away from our reality the symbolic fictions that regulate it, you lose reality itself. (…) I want a third pill. So what is the third pill?” Slavoj Žižek


"Crypto Society" (2017)



DEBUT PROGRAM @CASA48

Thirdpsilon Debut at Casa 48 (2017) | Film by Juliano Schwarz, Floripa Brazil

Along with the exhibition, a line up program add some more dynamic to the vernissage.

 

During the evening, the artists guests will take place with a series of interactions such as an only vinyl warm up, an instrumental band performance, an open air cinema screening, experimental electronic music live act jams and at the end an open format dj set.







Photos by: Jean Psycho, Mar Santos and Ayrton Cruz

 



THIRDPSILON EXHIBITION @MIS

Thirdpsilon Exhibition at MIS (Museum at Image and Sound), produced by Juliano Schwarz Floripa - Brazil (2018)

Bruno Bez, in his first solo exhibition, induces a dialogue between geometric patterns, including from organic compositions to synthetic aesthetics in a wide spectrum.His visual art in some ways activates optical senses sharing a new perspective to understand the lack of meaning of a rich abstract universe.

His works represent an imaginative simulacrum, where a hermeneutic boundary between figuration and abstraction is dramatic and transitory - remains in a constant state of fluctuation. Just as the geometry of their compositions goes back to infinity, the symbolic symbols of abstraction they create are as broad as a metaphysical mirror: they depend entirely on the subjectivity of each viewer.









THIRDPSILON COLLECTION



Big size fine art prints on paper and canvas (2017)



COLLABORATORS

A vertiginous relation between reality and illusion brings us to a third way to connect multiple dots through the perception and enlights the magic of a new media art and its genuine expressions.

 

Searching an unknown field, Thirdpsilon shares a loyal multidisciplinary experience, converging distinct environments into video art installations, mapping, virtual reality, hologram, digital sculptures, big size prints on canvas even in fine art papers, taking over all the venue and each one's personal point of view.



Bez (2017) - Painting by Paulo Govea made for exhibition - placed as visual synthesis biography.
Bez (2017) - Painting by Paulo Govea made for exhibition - placed as visual synthesis biography.

Light installation by new media artist Xurxo in collab creating ambience for the exhibition.
Light installation by new media artist Xurxo in collab creating ambience for the exhibition.



REVIEW

PT | EN

Quando Rudolf Arnheim relacionou as obras surrealistas de Dalí, Tchelitchew e Escher em "Arte e Percepção Visual", referiu-se a um fenômeno comum entre elas: a ambiguidade das formas, através da qual, de acordo com ele, os objetos representados "criam a ilusão de estarem materialmente presentes, apenas para mudar, sem perceber, em algo completamente diferente, mas igualmente convincente."

 

Do mesmo modo, Thirdpsilon constitui um universo morfológico ilusório, onde a natureza paradoxal da experiência visual reside no contraste entre a mímese do mundo orgânico e uma inevitável metonímia inorgânica. Onde as transições nas (e entre as) obras aludem a atividades sinápticas pontuadas que podem caracterizar um tipo de diérese psicológica tão plástica capaz de extender aos limites extremos – até conectar – a emoção e a razão, sensações de vertigem e referenciação. 

 

É assim que as instalações audiovisuais de Thirdpsilon emulam experiências que provocam a lógica e os sentidos, atribuem substância sensorial à uma realidade virtual ampla e insólita, capaz de fazer qualquer um reconsiderar suas pré-noções sobre as percepções, as dimensões e as proporções da própria physis. 

 

Cada qual representa um simulacro imaginativo, onde a fronteira hermenêutica entre figuração e abstração é dramática e transitória – permanece em constante estado de flutuação: se a fractalidade imanente e o aspecto multidimensional ininterrupto dos cenários remetem a uma alegoria mística da impossibilidade(?), a dinâmica das formas e o movimento suave das câmeras que simulam o olhar do espectador prefiguram sublimes trajetórias por exuberantes ambientes virtuais. Semelhante a um sonho lúcido, convidam o pensamento a uma experiência não-linear de exploração e transcendência subjetiva intensa, que diante de uma condição de estupor e de atitude contemplativa profunda, podem incitar o auto-conhecimento; estimulam a individualidade de cada um a revisitar suas próprias capacidades perceptivas, cognitivas, semânticas e interpretativas. 

 

Assim, se as curvas gaussianas são representações matemáticas da normalidade, Thirdpsilon propõe representações matemáticas da impossibilidade. Aqui as certezas se reduzem à capacidade de experienciar novamente aquela sublime sensação de insignificância de quando olhamos para o céu estrelado à noite pela primeira vez – agora de modo mais consciente.

 

Seria desnecessário – ou talvez leviano – afirmar que as obras de Bruno Bez são fragmentos refletidos da própria alma do artista. Do mesmo modo que as formas fractais de Thirdpsilon remetem ao infinito, os potenciais simbólicos de abstração que criam são tão amplos quanto os de um espelho metafísico: dependem plenamente da subjetividade de cada espectador.

 

A sofisticação técnica é evidenciada, por exemplo, no fato de que, diferente do aspecto fantasmagórico recorrente em representações visuais da "fumaça digital", onde a transparência e a suavidade da substância oblitera e esmaece os limites de cada partícula, em Thirdpsilon a natureza paramétrica e equacional das estruturas visíveis parece elevar a tecnologia à sua infinita potência, gerando composições densas e nítidas que evocam uma estética compósita e granular através da qual é possível perceber nos mínimos detalhes o sentido e a intensidade de cada fluxo ou vetor imagético.

 

É deste modo que Thirdpsilon pode sugerir também a importância da consciência do olhar. Quando, em "Pequena História da Fotografia", Walter Benjamim analisa a trágica imagem do fotógrafo Dauthendey segurando o corpo de sua esposa morta, afirma que "o olhar dela não o vê, está fixado em algo de distante e catastrófico. Depois de mergulharmos suficientemente fundo em imagens assim, percebemos que também aqui os extremos se tocam: a técnica mais exata pode dar às suas criações um valor mágico que um quadro nunca mais terá para nós." e, em alusão à capacidade desmistificadora da técnica fotográfica, conclui que "a fotografia revela o inconsciente óptico, como só a psicanálise revela o inconsciente pulsional.” Afinal, se o próprio Benjamim afirmou também que "a diferença entre técnica e magia é uma variável totalmente histórica", o que desvendam hoje as imagens fractais generativas de Thirdpsilon? 

 

Enquanto diferentes perspectivas de contemplação podem influenciar na compreensão sobre o início, o meio e o fim de uma obra, Thirdpsilon parece expressar a narrativa de um plano contínuo onde talvez não haja espaço ou tempo para a demarcação de inícios, meios ou fins. Neste universo semi-abstrato não existem personagens, não existe uma história e também não existe semiose ou subliminaridade intencional, aqui o significado basilar emerge não de relações formais entre os elementos que o constituem, mas da singularidade e das qualidades estéticas da experiência, resultado da síntese harmônica entre técnica e imaginação, do compelimento minucioso das plataformas que estruturam a própria linguagem. E o sentido político fundamental desse quebra-cabeças etéreo emana exatamente do apelo à todo tipo de potencial tecnológico ainda inexplorado.

 

É assim que, na terminologia de Bertold Bretch, Thirdpsilon pode representar um gestus expressivo no palco do mundo, capaz de, ao menos por alguns instantes, suspender toda e qualquer possível descrença nos enigmáticos potenciais das tecnologias digitais contemporâneas.

Eduardo Galvani

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